setembro 23, 2011

Programa Livro Popular em MT deverá oferecer livros a R$ 10

fonte:G1 - TV Centro América - 21/09/2011

Os editores e leitores de Cuiabá estão otimistas com a criação do Programa Livro Popular, do Governo Federal. O projeto pretende estimular a produção e a venda de livros com preços de até R$ 10. Com isso, a ideia é baratear e facilitar o acesso à leitura, principalmente, com a população mais carente.
Um projeto de lei está em discussão na Assembleia Legislativa e propõe a criação da política estadual do livro em Mato Grosso. Além de estimular a leitura, a proposta pretende desenvolver o mercado editorial local, incentivar a publicação e facilitar o acesso a obras mato-grossenses.

A escritora Marta Helena Cocco pontua que o estado possui grandes autores, mas falta o reconhecimento e incentivo. ''Um estado rico, próspero, que trata mal os artistas e tem uma cultura de leitura precária. É doloroso dizer, mas é a pura verdade'', argumentou. Ela também é professora de literatura, já escreveu quatro livros e atualmente está produzindo o quinto. ''Não adianta fazermos eventos extraordinários sem que haja o leitor. O livro tem que estar na mão do leitor'', apontou.

O primeiro edital do programa Livro Popular, lançado pelo Governo Federal, é para convocar editores e autores para inscrever os títulos. Em seguida, a segunda fase será a de cadastrar livrarias, bancas de jornal e outros pontos de vendas interessados em vender livros mais baratos.
O preço de R$ 10 para o livro popular foi determinado a partir de dados que levaram em consideração o impacto desse valor no orçamento de diferentes classes sociais. Os estudos foram feitos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pela Associação Nacional de Livrarias.
Os leitores estão esperançosos com a novidade. ''Tem muita gente que não pode comprar um livro por causa do preço. Até desanima de vir na livraria por conta do valor'', disse o agricultor Silvio Muchalak. Em Cuiabá, a livraria de um shopping tem prateleiras com títulos que custam entre R$ 8 e R$ 10.

O gerente do local, Anderson Raber, acredita que a iniciativa do governo pode dar certo e movimentará a economia. ''Não só uma questão de comprar, mas a pessoa vai se sentir melhor, vai gostar e buscar o conhecimento. Para o crescimento pessoal será maravilhoso'', contou.

A lógica do projeto é que se estabeleça no Brasil uma prática bastante comum nos Estados Unidos e na Europa, onde os livros são lançados primeiramente em edições de capa dura, mais robustas e caras, depois chegam em volumes um pouco mais simples e baratos.

Com 12 anos no mercado dos livros, uma editora da capital mato-grossense publicou 144 títulos, entre obras infantis, romances e poesias. A editora acredita que com políticas de incentivo à leitura é possível produzir materiais mais baratos.
''Tem que haver uma forma do livro ser absorvido. Não basta somente produzir o livro a um custo barato e ele ficar estocado dentro de uma editora ou livraria. Para isso precisa de um movimento de incentivo à leitura'', critica Elaine Caniato.

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