novembro 04, 2008

GINCANA DO SABER


Alunos da periferia de Cuiabá vão escrever a própria, estudantes de três escolas do bairro Jardim Vitória, periferia de Cuiabá, começam nesta segunda-feira (3), a escrever a própria história. Eles vão contar, em um concurso de redação, quem são, o que pensam, do que gostam e como vivem. A redação é apenas uma das provas de uma gincana muito especial articulada em parceria entre o FAVELATIVA e parceiros, que são: Movimento Jornalistas na Favela (MJF), ligado ao Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT) e Movimento Panamby, de estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), CUFA/MT, Espaço Cubo. As ecolas contempladas são EM Dejane Ribeiro, EM Sinhorinha Alves e Fundação Bradesco. A jornalista e escritora Neusa Baptista, autora do livro "Cabelo Ruim? A história de três meninas aprendendo a se aceitar", dá início na segunda, das 7h30 às 11h30, a uma rodada de oficinas que vão ajudar os alunos a refletir sobre a questão da identidade, para que depois possam escrever sobre si mesmos nas redações. Neusa vai falar sobre o livro dela, que retrata três meninas percebendo que têm cabelo afro e, a partir dessa percepção, se aceitando como são, e não como querem que sejam. Racismo é um dos temas que Neusa vai abordar na oficina. Na terça-feira (4), a jornalista Keka Werneck dará a oficina "Eu sou o que penso e o que gosto", em que buscará mostrar para os alunos que eles têm identidade e escolha própria. Que podem gostar mais de natureza ou de filmes, que podem gostar mais do azul do que do amarelo, e por conta disso vão construindo a própria identidade. Na quarta-feira (5), o estudante de filosofia da UFMT, João Pé de Feijão, fará com os alunos uma oficina sensorial, para eles perceberem o espaço onde vivem e possam sentir esse espaço, através dos cheiros, do que vêem, do que tocam e como guardam essas vivências diárias na memória e vão acumulando vivências. Após essas oficinas, os alunos terão até o dia 14 para entregar uma redação que será avaliada pelos jornalistas Neusa Baptista e Lorenzo Falcão, pela professora de Letras Luciana Xavier, pela representante do Favelativa, Adriani Sampaio, e por Priscila Xavier, do Observatório de Pesquisas, do Movimento Panamby e mestre em História. O prêmio para o autor da melhor redação será um computador. Outros participantes irão ganhar brinquedos e livros. Ainda dentro da gincana, no dia 8 será dada aos alunos a oficina "Relógio do Sol", de construção de relógios feitos com material reciclável. No dia 12, João irá voltar ao bairro para ajudar as crianças no fechamento dos textos. No dia 15, a oficina será de malabares. As outras provas da gincana serão de futebol, basquete e dança de rua, em que as próprias escolas formarão seus times. Uma das provas mais legais é a de coleta de material reciclável, para começar a construir na mente das crianças a necessidade do reaproveitamento, em todas as sociedades, e mais ainda nas empobrecidas. No dia 29, será o fechamento da gincana, com a contagem de pontos e o anúncio da mehor redação. Do início da gincana até o dia 29, os alunos irão votar e indicar qual serviço básico é o que está sendo prestado com mais precariedade no bairro. E também completarão à seguinte frase: Eu gosto do meu bairro porque... Essa mesma parceria que viabiliza agora a gincana já está articulando também outras oficinas como a de presépios e de teatro.

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